Nada me pertence;
as frases repetidas
e a inabalável cascata
dos versos: nada me pertence.
Anoiteces-me num mar negro
que se arrasta pelas ruasc
om a pressa das palavras
e já nada me pertence.
Se algo me sobrar de cada poema,
a solidão em estado líquido,
a vertigem e o sobressalto
ou a noite em estilhaços,
entorná-los-ei no teu peito
como quem morre
de dentro para fora
à espera do verão.
João Coelho
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário